terça-feira, 24 de julho de 2012

O professor de literatura

Jorge Amado conta no livro autobiográfico
O menino grapiúna(1991) que foi um professor de português, o padre Luiz Gonzaga Cabral, o primeiro a dizer que ele seria escritor. Foi no Colégio Antonio Vieira, dos jesuítas, onde cursou o ensino médio. O professor pediu à turma uma descrição de "mar". Jorge escreveu sobre o mar de Ilhéus.
"Na aula seguinte, entre risonho e solene, anunciou a existência de uma vocação autêntica de escritor naquela sala de aula.(...) Não regateou elogios. Eu acabara de completar onze anos."
Jorge Amado considerava o padre um herege, mas só nos métodos de ensino.
"Em lugar de nos fazer analisar Os Lusíadas, tentando descobrir o sujeito oculto e dividir as orações, reduzindo o poema a complicado texto para as questões gramaticais, fazendo-nos odiar Camões, o padre Cabral, para seu deleite e nosso escantamento, declamava para os alunos episódios da epopeia.(...)
                                                                      (Revista Metáfora, nº 10, ano 1)

Você e a leitura; eu e ela

Não estou convencida de que alguém queira ser escritor se essa pessoa não lê. Não creio também que o problema seja a necessidade de ler mais; acredito que essas pessoas precisem rever suas metas na vida. A leitura é uma espécie de nutrição que permite você produzir um trabalho interessante. Ler coisas boas. Sinto que você deve ler aquilo que você gostaria de escrever. Nada menos que isso.
                                                                        
                             Jennifer Egar(1962), escritora norte-americana
                              (Transcrito da Revista Metáfora, nº 10, ano 1)


Escrever é em grande parte responder à solidão.
                                                         Cristóvão Tezza(1952), escritor
                                              (Transcrito da Revista Metáfora, nº 10, ano 1)


E é por isso que os livros nunca vão morrer. É impossível. É a única hora em que de fato entramos na mente de um estranho e descobrimos nossa humanidade em comum. Assim sendo, o livro não pertence apenas ao escritor, mas também ao leitor, e juntos vocês fazem do livro o que ele é.
                                                Paul Auster (1947), escritor norte-americano.
                                                (Transcrito da Revista Metáfora, nº 1, ano 1)

Você e a leitura; eu e ela

sexta-feira, 20 de julho de 2012

quinta-feira, 12 de julho de 2012

Cantiga de amigo

ATRÁS DA PORTA

Quando olhaste bem nos olhos meus
E o teu olhar era de adeus
Juro que não acreditei
Eu te estranhei
Me debrucei sobre o teu corpo e duvidei
E me arrastei e te arranhei
E me agarrei nos teus cabelos
Nos teus pelos
Teu pijama
Nos teus pés
Ao pé da cama
Sem carinho, sem coberta
No tapete atrás da porta                                                      Chico Buarque
Reclamei baixinho
Dei pra maldizer o nosso lar
Pra sujar teu nome, te humilhar
E me entregar a qualquer preço
Te mostrar que inda sou tua
Só pra provar que inda sou tua...

(Chico Buarque e Francis Hime)

quarta-feira, 11 de julho de 2012

segunda-feira, 9 de julho de 2012

Alunos do 1º ano A

Alunos do 2º ano A

                                                     

                                                             











sexta-feira, 6 de julho de 2012

Uma década de F L I P

Festival completa 10 anos com homenagem a Drummond

A Festa Literária Internacional de Parati chega à sua edição 2012 graúda em número de romancistas, estrangeiros e nacionais. Ao todo participam do evento 40 autores de 14 nacionalidades.
A Flip homenageia o poeta Carlos Drummond de Andrade, na cidade histórica de Parati, Rio de Janeiro, nos dias 04 a 08 de julho e promete iluminar figuras importantes do legado de Drummond e  trazer uma cerejinha do Oriente: o poeta árabe Adonis(candidato ao Nobel do ano passado).
Fernado Veríssimo, escritor gaúcho, comandou o espetáculo literário de abertura.
Entre as 20 mesas programadas para os cinco dias de evento, três estão sendo dedicadas ao homenageado, mais uma exposição e uma peça. Além disso, numa das mesas da festa esteve o crítico e imortal da ABL Antonio Carlos falando sobre o livro 25 Poemas da Triste Alegria  e  Alguma Poesia, e nunca publicados. Foi o auge do momento.
Além da homenagem a Drummond, a festa reserva atrações literárias de peso: o  norte-americano Jonathan Franzer, autor de Liberdade; a cubana Zoe Valdés que se tornou uma voz forte contra o Fidel Castro; o britânico Ian McEwan que vem fazer o lançamento mundial de ser novo romance Serena; o Nobel francês Le Clésio (é o quinto Nobel a participar da Festa);  o nobre Armando Freitas Filho, que desfrutou da companhia do mestre e traz narrativas sobre essa convivência e outras estrelas de renome.  
Será que ainda dá para ver algum lugar assim, como viu Drummond, e registrou nesse poema com tanta singeleza?

Casas entre bananeiras
   mulheres entre laranjeiras
pomar amor cantar.

Um homem vai devagar.
Um cahorro vai devagar.
Um burro vai devagar.

Devagar... as janelas olham.

Eta vida besta, meu Deus.
                                       ( Carlos Drummond de Andrade )

                    

terça-feira, 3 de julho de 2012

Ler me fez compreender a largueza do mundo

Os livros que mudaram a minha vida foram dois. Poesias completas, de Fernando Pessoa, e Grande Sertão: veredas, do Guimarães Rosa.
Estava no ginásio e a minha irmã mais velha tinha acabado de entrar na faculdade de Letras, na PUC, quando apareceu em casa com aquele livro de folhas fininhas e aqueles poemas... e fui me encantando com aquele jeito de juntar as palavras e, ao menos nos cinco anos seguintes, só li Fernando Pessoa, Alberto Caeiro, Álvaro de Campos. Li e reli e nunca me cansei. Até hoje. Foi ali que descobri que existia um jeito de juntar as palavras para deixá-las belas. E que a poesia era mais forte do que a prosa. Entusiasmo de adolescente. Eu já era jornalista, atuava no Fantástico e viajava pelo Brasil quando li Grande Sertão. As lembranças dessa época, aeroportos, bancos, lugares de espera, paisagens, quartos de hotel são todas com sotaque de sertão, palavras absolutas que me abriam novas possibilidades. Então era possível ler numa outra língua e compreender a largueza do mundo! Fiquei feliz.
                                                                                           Neide Duarte, repórter da TV Globo(Revista Metáfora,nº 9 - 2012)

Preparando-se para apresentação do seminário de Literatura.












domingo, 1 de julho de 2012

Política, período de aprendizagem

Vamos aproveitar esse longo período político para aprender, com mais rapidez, certas normas cultas da nossa língua. Ainda não estamos fazendo eleições para deputado nem senador, mas vamos adiantando, aproveitando esta de prefeito e vereador.
Pois bem. Deputado é palavra que pede a preposição por. Sendo assim, devemos usar: deputado por Goiás, deputado por Pernambuco, deputado pelo Tocantins,etc., e não deputado de Goiás, deputado de Pernambuco, deputado de Tocantins.
A mesma regra se faz com a palavra Senador. Senador por Mato Grosso, senador por Sergipe, senador pela Paraíba,etc.
Vamos aproveitar, também, para a prender outra palavra que envolve política e ensinar aos nossos políticos, quando eles estiverem fazendo campanha. Nessa eleição é muito comum existirem candidatos "analfabetos", e escutarmos dizerem "desperdiço" de dinheiro público. E dizer a eles que desperdicio é uma das  piores  maneiras de administrar o dinheiro público.
E aí, vocês sabem que são os senadores pela Paraíba?