Jorge Amado conta no livro autobiográfico
O menino grapiúna(1991) que foi um professor de português, o padre Luiz Gonzaga Cabral, o primeiro a dizer que ele seria escritor. Foi no Colégio Antonio Vieira, dos jesuítas, onde cursou o ensino médio. O professor pediu à turma uma descrição de "mar". Jorge escreveu sobre o mar de Ilhéus.
"Na aula seguinte, entre risonho e solene, anunciou a existência de uma vocação autêntica de escritor naquela sala de aula.(...) Não regateou elogios. Eu acabara de completar onze anos."
Jorge Amado considerava o padre um herege, mas só nos métodos de ensino.
"Em lugar de nos fazer analisar Os Lusíadas, tentando descobrir o sujeito oculto e dividir as orações, reduzindo o poema a complicado texto para as questões gramaticais, fazendo-nos odiar Camões, o padre Cabral, para seu deleite e nosso escantamento, declamava para os alunos episódios da epopeia.(...)
(Revista Metáfora, nº 10, ano 1)